O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) reverteu a decisão de primeira instância que havia tornado o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) inelegível por oito anos. Em julgamento unânime, os sete desembargadores da Corte acataram o recurso apresentado pela defesa do chefe do Executivo estadual, restabelecendo sua elegibilidade e garantindo sua permanência no cenário político, inclusive com vistas à sucessão presidencial de 2026, para a qual já anunciou pré-candidatura.
A ação havia sido movida pela coligação do ex-candidato à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), derrotado no pleito municipal. A acusação imputava a Caiado a prática de abuso de poder político, sob a alegação de que o Palácio das Esmeraldas — sede oficial do governo estadual — teria sido utilizado como palco de reuniões e articulações em favor da candidatura de Sandro Mabel (União Brasil), atual prefeito eleito da capital.
Na decisão anterior, proferida em primeira instância, além de declarar Caiado inelegível, a Justiça Eleitoral também determinava a cassação do mandato de Mabel, eleito no segundo turno. A sentença, no entanto, foi integralmente anulada pelo TRE-GO, que entendeu não haver elementos suficientes para caracterizar a gravidade necessária para configurar o abuso de poder.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) também se posicionou favoravelmente à absolvição do governador, reforçando o entendimento de que os eventos realizados no Palácio das Esmeraldas não exerceram influência determinante no resultado das eleições.
Após o julgamento, Ronaldo Caiado divulgou uma nota pública em que afirmou receber a decisão com “respeito e tranquilidade”, reiterando seu compromisso com a legalidade e a integridade do processo democrático. “Minha trajetória sempre foi pautada pelo absoluto respeito às leis e à Justiça. Recebo com serenidade a confirmação da lisura de nossas ações”, declarou.
Apesar da vitória na instância regional, a disputa jurídica ainda pode não ter chegado ao fim. Os adversários políticos de Caiado podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde caberá novo julgamento sobre o mérito da ação. Até lá, o governador segue apto a disputar qualquer cargo eletivo, incluindo a Presidência da República.