A informação imcompleta de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) é hoje um dos maiores desafios da saúde pública brasileira. Para isso o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), iniciou uma parceria com a Prefeitura de Goiânia para melhoria diagnóstica dessas doenças. O projeto prevê a ampliação dos testes para detecção de HIV, sífilis e Hepatites B e C na rede pública municipal, por meio da criação de um novo protocolo de atendimento.
Os testes são hoje indicados para gestantes e estão disponíveis nos Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais) e unidades de referência. A ideia é estender para toda a população, disponibilizando o serviço também nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Dessa forma, o paciente que for a qualquer dessas unidades será submetido ao teste como parte obrigatória da triagem, independentemente do motivo que o tenha levado ao local.
Atualmente, a maioria dos novos casos de HIV são detectados entre jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos. Os testes são encaminhados ao estado pelo Ministério da Saúde e possuem estoque regular.
Os exames para as infecções sexualmente transmissíveis ficam prontos em 20 a 30 minutos. O de HIV é um teste diagnóstico, se faz o primeiro teste e, dando positivo, já faz o outro teste confirmatório, de laboratórios diferentes. A pessoa já sai com diagnóstico e com um encaminhamento para o infectologista. Já os de sífilis, hepatite B e hepatite C, são testes de triagem. Dando positivo, já sai com encaminhamento para fazer o teste confirmatório na própria rede.
Em 2024 o estado conta com um total de 39 registros de HIV em adultos, sendo três dos casos identificados em Goiânia. A maior preocupação, contudo, envolve a sífilis, com 245 registros da infecção de forma adquirida, 46 casos em gestantes e 15 de sífilis congênita, quando a IST é transmitida de mãe para filho. A maioria dos registros (64%), ocorre entre homens, entre 20 e 39 anos. “A gente vem vivendo uma epidemia de sífilis há muito tempo, apesar de ser uma doença secular de fácil tratamento”, destaca a coordenadora da Vigilância das infecções Sexualmente Transmissíveis da SES, Luciene Tavares.
O cenário verificado no ano passado também ascendeu um alerta e gerou grande preocupação do poder público. Isso porque 2023 foi o ano com o maior número de casos registrados de sífilis da série histórica (desde 2010). Foram 9.960 casos de sífilis adquirida, 2.940 de sífilis em gestantes e 652 registros de sífilis congênita, com 6 óbitos de recém-nascidos, 4 deles na capital. Segundo a pasta, os números, contudo, podem estar relacionados à maior facilidade de acesso aos testes para detecção de ISTs.
Com informações: Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás