No último domingo (12), caçadores nas Ilhas Faroé mataram 1.428 cetáceos (mamíferos marinhos), em um dos maiores massacres já registrados, tornando o mar vermelho de sangue enquanto as praias eram cobertas por seus cadáveres.
A caçada aos mamíferos é um evento anual de tradição centenária, conhecida como Grindadrap, que esse ano registrou o maior número de mortos. Os ilhéus geralmente matam até 1.000 animais marinhos por ano, de acordo com dados cedidos pelas Ilhas Faroé. No ano passado, isso incluiu apenas 35 golfinhos de faces brancas.
Os barcos conduzem as baleias-piloto em direção a uma baía na costa da ilha, onde os homens esperam para matar os animais na parte rasa com ganchos, facas e lanças como parte da tradição local.
Os faroenses estão divididos à tradição, mas muitos exortam a mídia estrangeira e as ONGs a respeitar sua cultura tradicional da ilha, onde a pesca mantém um lugar central e a carne é mantida para alimentação.
Ativistas dos direitos dos animais condenaram a prática ‘bárbara’, mas outros dizem que é uma parte importante de sua tradição local. O Grindadrap remonta ao século 9, quando os nórdicos se estabeleceram nas ilhas do Atlântico Norte.
Algumas pessoas nas Ilhas Faroé que defendem o massacre temem que a caçada de domingo vá chamar a atenção indesejada, porque foi muito maior do que os eventos anteriores e aparentemente ocorreu sem a organização usual.
Olavur Sjurdarberg, presidente da Associação de Caça à Baleia Piloto das Ilhas Faroé, temia que o massacre revivesse o debate sobre a prática e colocasse um ponto negativo na tradição antiga peculiar às 18 ilhas rochosas localizadas a meio caminho entre a Escócia e a Islândia.
As ilhas são semi-independentes e fazem parte do reino da Dinamarca. De acordo com a lei das Ilhas Faroé, baleias-piloto, golfinhos nariz de garrafa, golfinhos de bico branco e botos também podem ser caçados.
A carne e a gordura dos animais são usadas para alimentação e remontam a uma época em que os habitantes locais dependiam da reunião de baleias e golfinhos para sobreviver. Mas um estudo recente descobriu que a carne contém mercúrio.