A data é celebrada por profissionais da área através do exercício de seu trabalho ou mesmo em protestos. Em recompensa ao trabalho árduo da imprensa, existem diversos prêmios que prestigiam atuações em situações nem sempre favoráveis à liberdade.
É importante lembrar que os meios de comunicação têm o direito e o dever de manter os cidadãos informados. Entretanto, ser livre não quer dizer desrespeitar a liberdade dos outros. Por isso, a imprensa tem o direito de liberdade, mas também tem uma obrigação com a ética.
Essa conduta serve para evitar que fatos sejam divulgados sem a devida apuração da verdade, pois a repercussão pode fugir do controle. A força de uma afirmação errada é bem maior do que de um direito de resposta.
Em conversa com o Boletim Goiás, o jornalista Paulo Ruan Decaris comenta sobre a importância da data. “A imprensa é um dos pilares no ato de levar o pensamento crítico à sociedade. O dia da liberdade de imprensa, possibilita a sociedade em falar: olha a gente tem uma imprensa que precisa ter mais liberdade, para fazer o melhor papel e trazer uma informação com credibilidade e veracidade”, conta.
“Nos dias atuais, a imprensa está sendo muito atacada. O pessoal confunde liberdade de imprensa com o fato do jornalista fazer qualquer coisa, mas não. A gente tem técnicas, teorias que nós adquirimos na faculdade e na prática para trazer mais veracidade”, explica. “Esse dia também é para chamar outro ponto, o de não matar jornalista, porque matam muitos jornalistas, matam uma boca que estava em prol da democracia, em prol de levar um pensamento crítico para a sociedade. Mata a liberdade de imprensa”, conclui o jornalista Paulo.
7 de junho
A imprensa era proibida no Brasil na época da monarquia. Ela só surgiu com a chegada da família real em 1808. Depois disso, a primeira assembleia constituinte elaborou a nova lei de imprensa, dando liberdade à publicação, venda e compra de livros, porém com algumas exceções.
O período da república no Brasil foi marcado por vários atentados à liberdade de imprensa. Durante a República Nova, a primeira lei de imprensa retirava do código penal os crimes de imprensa e reformou o processo desses crimes, além disso, instituiu o direito de resposta.
Durante o regime militar, também foi instituída a chamada lei de imprensa, estabelecendo
importantes restrições à liberdade de expressão. Todo e qualquer tipo de notícia deveria passar pelo crivo de censores, sendo barrada quando detectada alguma hostilidade ao governo.
O Dia Nacional da Liberdade de Imprensa lembra um manifesto de 1977 exigindo o fim da censura à imprensa e à restrição da liberdade de informação. Assinado por quase 3 mil jornalistas, o documento, publicado no Boletim da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), denunciava a apreensão de edições inteiras de periódicos, a omissão de informações por parte do governo e a ameaça representada pelo AI-5, o ato institucional que inaugurou a fase mais dura da ditadura brasileira.
Durante os “anos de chumbo”, final dos anos 60 e início dos anos 70, chegou-se a criar um Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para executar essa tarefa. Os anos da ditadura militar na América Latina serviram para fortalecer o ideal de liberdade e democracia pregado pelos agentes da imprensa.
Mas com o fim do período ditatorial e com o advento da Constituição Federal de 1988, os fundamentos legais acerca do direito à informação foram estabelecidos, garantindo a liberdade de imprensa, desde que vedado o anonimato.