Em 2025, o mundo celebra os 100 anos do Art Déco, um movimento artístico que moldou cidades com suas linhas geométricas e elegância sofisticada. Goiânia, planejada e construída na década de 1930, é um dos maiores expoentes desse estilo no Brasil. Contudo, apesar de abrigar um acervo significativo, a capital goiana enfrenta desafios na conservação desse patrimônio.
O Art Déco, que ganhou destaque na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas em Paris, 1925, influenciou diversas áreas, da moda à arquitetura. Em Goiânia, esse estilo foi adotado como símbolo de modernidade e progresso durante a construção da nova capital de Goiás. Edifícios como o Palácio das Esmeraldas, o Museu Zoroastro Artiaga e o Grande Hotel são testemunhos dessa era.
Em 2003, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou 22 edificações em estilo Art Déco em Goiânia, reconhecendo sua importância cultural e arquitetônica. Entretanto, muitas dessas construções enfrentam problemas de conservação. O Museu Zoroastro Artiaga, por exemplo, teve de fechar as portas devido às más condições de uso, agravadas por obras urbanas nas proximidades.
Recentemente, o Iphan publicou uma portaria estabelecendo diretrizes para a preservação do acervo Art Déco de Goiânia. Essas normas visam proteger e valorizar o legado arquitetônico, promovendo um equilíbrio entre a conservação do patrimônio e o desenvolvimento urbano.
Enquanto cidades ao redor do mundo celebram o centenário do Art Déco com eventos e exposições, como o “Printemps de l’Art Déco” na França e o “Art Deco Weekend” em Miami, Goiânia enfrenta o desafio de revitalizar e preservar suas joias arquitetônicas. A comunidade local, juntamente com as autoridades, precisa unir esforços para garantir que esse legado não se perca, mantendo viva a história e a identidade cultural da cidade.
A preservação do patrimônio Art Déco de Goiânia não é apenas uma questão estética, mas também um compromisso com a memória coletiva e a valorização da identidade urbana. É essencial que políticas públicas eficazes sejam implementadas e que a sociedade civil participe ativamente desse processo, assegurando que as futuras gerações possam apreciar e se orgulhar desse legado arquitetônico único.