Milhares de pessoas tomam as ruas de Conakri, capital de Guiné, em apoio ao golpe de estado que depôs o presidente Alpha Condé.
Condé está no cargo desde 2010. No ano passado ele alterou a constituição do país para possibilitar sua candidatura a um terceiro mandato.
Foi eleito, mas a oposição contestou a eleição, alegando graves fraudes no processo eleitoral. Condé perseguiu líderes da oposição, com muitos sendo presos.
Neste domingo (5), um grupo de militares liderados pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya, chefe das Forças Especiais do país, deu um golpe de Estado e deteve Condé, cujo paradeiro ainda é desconhecido.
“Chamamos os nossos irmãos de armas à unidade para responder às legítimas aspirações do povo guineense, os convidamos a ficar nos seus quartéis e a prosseguir as suas atividades. Não vamos cometer os erros do passado”, disse Doumbouya.
O tenente-coronel Mamady Doumbouya é um militar experiente que recebeu treinamento em Israel, Senegal, Libéria e França. Ex-integrante da Legião Francesa, participou de diversas missões em Afeganistão, Costa do Marfim e Djibuti, entre outros países.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, condenou veementemente o golpe, que chamou de “tomada do poder pela força do fuzil” em seu perfil no Twitter, e exigiu a libertação imediata de Condé.