Uma menina ianomâmi, de 12 anos, morreu após ser estuprada por garimpeiros em uma comunidade na região de Waikás, na Terra Indígena Yanomani. A informação foi divulgada na noite desta segunda-feira (25) pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomani e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomani, que também é uma liderança desse povo.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais ele ainda afirma que, além da morte da menina outra criança ianomâmi, de cerca de 3 anos, desapareceu após cair no rio Uracicoera. Conforme Hekurari, a menina de 12 anos estava sozinha na comunidade quando os garimpeiros chegaram e levaram para as barracas deles.
“A tia dela defendeu a [sobrinha]. Quando estava defendendo, os garimpeiros empurram ela em direção ao rio junto com a criança. Essa criança se soltou no meio do rio, acho que estava em um barco. Eles invadiram e levaram [a menina] para o barraco dos garimpeiros e a violentaram brutalmente, estupraram essa adolescente. Então, é muito triste, muito triste mesmo”. Relata Junior Hekurari.
Segundo ele, a Polícia Federal (PF) e o Exército foram informados do crime ainda na noite de segunda.
Na manhã desta terça-feira, Hekurari, por meio do Condisi-YY, enviou um ofício informando a situação para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomani e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ambos de responsabilidade do Ministério da Saúde. No documento, a associação pede apuração do caso.
Em nota o Ministério Público Federal disse que “busca junto às instituições competentes a apuração do caso e acredita que situações como essa são consequência cada vez mais frequente do garimpo ilegal em terras indígenas em Roraima”.
A redação segue acompanhando o caso.