Com previsão para ser inaugurado no dia 24 de outubro deste ano, o BRT Norte-Sul, trecho que liga a região Norte da capital até a cidade de Aparecida de Goiânia, que corresponde do Terminal Recanto do Bosque ao Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico, está com 86% dos trabalhos executados.
Já foi concluída a trincheira da Rua 90 com Av. 136, toda a pavimentação da Primeira Radial, Rua 90, Praça do Cruzeiro, Rua 84, Avenida Goiás, Praça do Trabalhador, Avenida Goiás Norte, Avenida Horácio Costa e Silva, Avenida Genésio de Lima Brito, Avenida Lucio Rebello e Avenida Oriente. Em todos esses locais foram feitos a fresagem, a rede de drenagem, pavimentação e o pavimento rígido e flexível do BRT Norte-Sul.
Atualmente, as equipes estão concentradas na finalização do Terminal Isidória, pavimentação da Praça Cívica, Viaduto e Terminal Perimetral, além da conclusão das 31 estações.
Seis anos de obra
As obras tiveram inicio em 2015, em uma parceria entre governo federal e municipal, e tinha previsão de entrega após 20 meses, ainda na gestão de Paulo Garcia. O projeto de BRT Norte-Sul estabelecia a entrega de um corredor exclusivo com 21,8 quilômetros de extensão, interligando as regiões Sul e Norte da capital goiana.
De acordo com a proposta, seriam disponibilizados 93 ônibus, sendo 28 veículos articulados e 65 convencionais, que iriam operar em quatro linhas, circulando na velocidade estimada de 28 km/h. Segundo informações da BRT Brasil, o investimento previsto era de R$ 274 milhões.
Entre os anos de 2017 e 2018 a obra ficou parada por quase um ano, devido problemas de pagamento por parte da administração municipal. Com isso, o repasse do governo federal destinado à obra foi bloqueado. O que culminou na instauração de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal de Goiânia.
A CEI das Obras Paradas, que foi presidida pelo, então vereador, Alysson Lima e relatada pelo, também vereador a época, Delegado Eduardo Prado, hoje ambos deputados estaduais, identificou 116 obras paradas, canceladas ou não iniciadas, e um prejuízo de mais de R$ 906 milhões. O relatório de Eduardo Prado pedia o indiciamento, por improbidade administrativa, do prefeito Iris Rezende (MDB) e dos secretários municipais de Infraestrutura, Dolzonan Cunha Matos; de Educação, Marcelo Ferreira da Costa; e de Saúde, Fátima Mrué.
Após as obras retomarem novos prazos foram repassados para a conclusão da obra do corredor de ônibus, sendo 2019, 2020 e, agora, em 2022. Atualmente algumas plataformas no Centro de Goiânia, que aguardam autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e as que estão construídas, em fase de acabamento, estão servindo de abrigo para pessoas em situação de rua.
Em 2019, o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), afirmou em entrevista que a obra trouxe um atraso na questão da mobilidade urbana. “Goiânia perdeu a oportunidade de oferecer um transporte mais barato, mais rápido e com mais conforto aos usuários do transporte coletivo”, pontuou Policapo.
“Optaram por gastar mais de R$ 200 milhões no BRT e agora fica aquela situação de entrave, porque como desfazer essa obra para fazer outra? A conclusão é que o BRT irá travar Goiânia pelo próximos 20 ou 30 anos”, explicou Policarpo. “Tudo isso sendo gasto em estações e no asfalto por onde os ônibus irão transitar. Sinceramente, não consigo ver a diferença que justifique essa obra caríssima que não traz conforto para a sociedade e que está atrapalhando tanto o comércio”, afirmou.