Interlocutores do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informaram que é praticamente nula a possibilidade de o parlamentar colocar em pauta o projeto que visa anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão ocorre após aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificarem a defesa da proposta, com a intenção de aprová-la na primeira quinzena de abril.
Segundo fontes próximas a Motta, o presidente da Câmara não vê motivos para avançar com o projeto neste momento. Além disso, considera que a movimentação poderia gerar desgaste na relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem tem buscado estreitar laços, inclusive participando de viagens internacionais ao seu lado.
A oposição, por sua vez, articula para que a votação ocorra em abril, buscando apoio de outros partidos à proposta de anistia. No entanto, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que não há clima na Casa para votar a medida, ressaltando a necessidade de focar em pautas de interesse nacional, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A decisão de Motta reflete a complexidade política em torno do tema e a busca por equilíbrio nas relações entre os poderes Legislativo e Executivo.