Durante o evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Economia, Paulo Guedes, se comprometeram a adotar estratégias para reduzirem o desperdício de comida no Brasil.
Na ocasião, Guedes afirmou que a reformulação das políticas sociais podem incluir o incentivo para reduzir o excesso de comida que vai para o lixo. “Quando você vê um prato da classe média europeia, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, nós fazemos almoços em que muitas vezes há uma sobra enorme. Até o final da refeição da classe média alta há excessos”, afirmou ele.
Para o ministro, é necessário uma conexão entre políticas sociais e o fim dos desperdícios. “Precisamos dar incentivos para o que é jogado fora possa ser endereçado aos mais necessitados”, destacou.
Segundo a ministra Tereza Cristina, a questão do desperdício de comida deve ser tratada com mais objetividade por parte do governo federal. “Especialmente na parte regulatória. Proponho que montemos um grupo interministerial, junto com ministério da Economia e da Cidadania, e em 15 dias voltamos a apresentar uma solução”, destacou a ministra.
“Há muito tempo que precisávamos trabalhar o desperdício alimentar de parte mais objetiva. Precisamos agir rapidamente”, afirmou Tereza, destacando o fato de que a pandemia trouxe à tona o tema do desperdício alimentar de forma mais perceptível.
Desperdício de comida no Brasil
Em março deste ano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a instituição de caridade pró-sustentabilidade WRAP, do Reino Unido, divulgaram um relatório onde aponta que mais de um sexto de toda comida produzida em 2019 foi desperdiçada, ou seja, cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos são descartados em casa, em restaurantes e em redes de varejo.
Para a emissão do relatório, foram analisados dados governamentais e estudos acadêmicos de 54 países. De acordo com a pesquisa 17% de todos os alimentos produzidos são jogados fora. Isso equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados.