O Movimento Lixo Zero, juntamente com a Comurg e outros movimentos como Goiânia Lixo Zero, Goiás Lixo Zero, Ideias Urbanas, Guardiões do Meia Ponte, Projeto Conato e SEDEC (Secretaria De Desenvolvimento Econômico) fizeram neste sábado (30) a Feira Lixo Zero. A ação aconteceu na feira livre do Setor Bueno e teve como objetivo conscientizar os feirantes sobre a separação do lixo orgânico. O discurso foi sobre a importância do descarte correto dos resíduos.
“Nosso objetivo hoje é conscientizar os feirantes, recolhendo esses resíduos que estão no chão para ser separado e compostado.”, revela Antônio Afonso, um dos representantes da ação. “Vamos levar para a Comurg com um número exato do que gera de resíduo em uma feira de pequeno porte e escalonar isso para médio e grande porte. Médio porte 30% a mais, grande porte 60%”.
Lixo Zero
Durante a feira, os voluntários compareceram nas barracas distribuindo sacos plásticos para que os próprios feirantes realizassem a separação de seus lixos orgânicos. Na oportunidade era explicado aos trabalhadores do que se tratava o projeto e sua importância para sociedade e meio ambiente.
“Gastam dois milhões de reais por dia, para resolver o problema do lixo. Um bilhão de reais ao ano. Já pensou quanta coisa daria para fazer com isso? São dois milhões por dia, só para pegar esse saco preto e levar para o aterro”, conta Antônio para o Boletim Goiás.
Além da conscientização, a Feira Lixo Zero teve por objetivo diminuir os resíduos nos aterros sanitários. O representante do Goiás Lixo Zero, Filemon Tiago, explica um pouco: “Hoje na feira estamos separando o que não pode ser conciderado lixo do resíduo convencional. O grande problema das feiras é que o feirante descarta tudo o que não é mais rentável no chão e a limpeza municipal varre tudo, misturando, e essa mistura deixa o material contaminado. Então, nosso intuito é separar e dar destino. O que é orgânico para a compostagem, o que é reciclável para as cooperativas e apenas 10% será mandado para o aterro. Esse é o foco: diminuir os impactos no aterro”, explica Filemon.
Em Goiânia já existe a coleta seletiva que é a separação entre reciclável e não reciclável. Acontece que o material reciclável é rentável, por isso a facilidade na implantação. “Nos anos 2000, 1kg de [garrafa] pet era 10 centavos. Você não ganhava dinheiro com aquilo”, diz o representante do Goiás Lixo Zero. Diferente de hoje, a reciclagem vale muito.
Conversamos com a feirante Cida Almeida, 63, e ela apoiou a iniciativa. “É ótimo essa ideia, para a gente começar a coletar o lixo da gente mesmo. Cada um cuidar do seu lixo, é muito bom”.
Próximo Passo
Para o futuro, o projeto sonha com um lugar em que as pessoas pratiquem a atividade de reciclar, de compostagem e sejam beneficiadas por isso. “Vai tudo para o aterro, sabe? Se Comurg tiver o pátio de compostagem, isso aqui [resíduos] vira húmus para a população, para plantas” fala Antônio.
“Isso porque a Prefeitura não deixa as pessoas se responsabilizarem pelo próprio lixo. A partir do momento em que a gente bota em um saco escuro, bota na porta de casa, nós não somos mais responsáveis por isso, a prefeitura leva. Então essa não responsabilidade, gera o grande problema do lixo, no primeiro momento. No segundo momento é o plástico de uso único, que é tudo, o saco preto que vai usar uma vez só, a embalagem. É muita energia, muita água para produzir algo que vai ser descartado. Então, como solucionar? A prefeitura tinha que deixar a população ser responsável. Como? Dar um incentivo de reduzir o IPTU de quem por exemplo pratica compostagem em casa, que dispõe rejeito de orgânico e reciclável na porta”, conclui.
Durante toda a semana entre os dias 01 a 07 de maio acontecerão eventos voltados para o projeto de compostagem. No próximo sábado (07), os projetos estarão todos juntos novamente na feira livre do Setor Bueno em parceria com a Enel e a Saneago fazendo o Dia D da ação. No dia, irão reforçar o discurso de conscientização e realizar o serviço de trocas de lâmpadas e de óleos.
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