A pesquisa mais recente realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, aponta que 11 milhões de pessoas no Brasil não sabem ler e escrever. De acordo com os critérios do IBGE, analfabetos são cidadãos que têm 15 anos de idade ou mais e eles não conseguem formular nem pequenos textos.
Ainda segundo a pesquisa, o Brasil teve uma discreta melhora, saindo de 6,8%, em 2018, para 6,6% em 2019, que representa a diminuição de aproximadamente 200 mil indivíduos. O órgão aponta que em 2016, por exemplo, tínhamos 7,2% de analfabetos no país. Entre aqueles com 60 anos ou mais, a pesquisa registra queda e o índice atual de analfabetos é de 18%. Em 2018 eram 18,6% e 20,4%, em 2016.
O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação desde o ensino infantil, até a pós-graduação. Pela lei, em 2015, o Brasil deveria ter atingido a marca de 6,5% de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais. Em 2024, essa taxa deverá ser zerada.
De acordo com o levantamento, algumas desigualdades raciais e regionais na alfabetização no Brasil contribuem para que a taxa de analfabetismo ainda seja grande. Em relação aos brancos, a taxa de analfabetismo é 3,6% entre aqueles com 15 anos ou mais.
No que se refere à população preta e parda, segundo os critérios do IBGE, essa taxa é 8,9%. A diferença aumenta entre aqueles com 60 anos ou mais. Enquanto 9,5% dos brancos não sabem ler ou escrever, entre os pretos e pardos esse percentual é cerca de três vezes maior: 27,1%.
O IBGE aponta que a maior parte do total de analfabetos com 15 anos ou mais, 56,2% – o que corresponde a 6,2 milhões de pessoas – vive na Região Nordeste e 21,7%, o equivalente a 2,4 milhões de pessoas, no Sudeste.
Desde o inicio da pandemia as escolas tiveram que adotar um sistema online para que os alunos tivessem acesso aos conteúdos o que causou impactos nas etapas de ensino. Atualmente, com o avanço da imunização, aos poucos, aulas presenciais estão voltando.
“A alfabetização é fundamental para a manutenção desse menino ou menina na escola. É nessa faixa etária que é criado maior vínculo, inclusive com a escola. Ciclos de alfabetização que são incompletos podem acarretar reprovações e abandonos escolares nas demais etapas, nas etapas subsequentes”, afirmou Julia Ribeiro,oficial de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Este ano, a Unicef divulgou uma pesquisa onde aponta que o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020. Desses, 41% têm entre 6 e 10 anos, faixa etária em que ocorre a alfabetização.