Com a chegada do período da seca, o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (CBMGO) deu início às operações de combate às queimadas. Somente esse ano já foram registrados 1.222 atendimentos de incêndio florestal.
Em 2021, o incêndio que atingiu a Chapada dos Veadeiros consumiu mais de 15 mil hectares da vegetação, aeronaves levaram mais de três mil litros de água para combater as áreas incendiadas. No ano de 2017, um incêndio já havia destruído parte do local. Com isso, o Corpo de Bombeiros está realizando campanha de prevenção para conscientizar a população aos cuidados que devem ser tomados.
Em entrevista para o Boletim Goiás, o Tenente Ailton Pinheiro ressaltou o trabalho dos Bombeiros. “Fazemos parcerias com os órgãos que também fazem ações de combates aos incêndios, como é o caso da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Secretaria Estadual de Educação, que estamos trabalhando juntos, Senac, trabalho com os produtores rurais”.
O objetivo da campanha é fazer parcerias para atingir o público alvo, como crianças e os produtores rurais, com o intuito de multiplicar a prevenção e orientar quais ações podem ser tomadas na necessidade de buscar apoio do Corpo de Bombeiros.
Segundo o Tenente, a maior parte dos incêndios ocorridos nesse ano foi em áreas urbanas, na capital goiana. “O carro chefe nosso [ quantidade de ocorrências] tem sido nos lotes baldios, onde se registram mais ocorrências, são nas limpezas de lotes e de terrenos. Isso estão nas áreas urbanas, onde tem a maior concentração de pessoas, e essas concentrações estão principalmente na região metropolitana da capital”, explica.
Legislação
O artigo 54 da lei 9.605/98, de crimes ambientais, afirma que causar poluição de qualquer natureza resulta em pena.
“Existe a possibilidade de utilizar o fogo com autorização legal, é possível, desde que procure um órgão ambiental competente e ele autorize diante de cada realidade. Caso isso não aconteça, incidem em crime ambiental, as punições são de multa, elas passam por reparação do dano causado e também é passível inclusive a penalidade de reclusão, que vai de 4 a 6 anos, claro que vai depender do caso concreto e do dano causado ao meio ambiente”, enfatiza o tenente.
Dados comparativos
Nos primeiros quatro meses de 2022, de janeiro a abril, o Corpo de Bombeiros consolidou os dados e foi constatado um aumento de 28% nos incidentes em relação ao mesmo período do ano passado. Com o fim das chuvas e início do tempo seco, a população tem o hábito em atear fogos em lixos e entulhos, essa atitude é um dos fatores que geram os pequenos focos que podem se espalhar rapidamente.
“Muita gente utiliza o fogo para fazer limpeza de terreno, enfim, esse período tem essa característica. Mesmo que existe campanha, trabalhos preventivos, existe essa possibilidade e essa tendência que aconteça isso, meio que previsível que isso possa a vir ocorrer”, destaca o tenente.
“Nós continuamos trabalhando para a redução e agora para frente a tendência é que a situação, climaticamente falando, fique cada vez mais crítica e favorável para os incêndios florestais, com uma tendência de crescimento que a gente espera que seja menor do que do ano passado”, conclui Ailton.
Denúncia
Em caso de denúncias, podem ser realizadas por meio do Disque-Denúncia no número 197. Já para ocorrências de incêndio, o telefone para contato com o Corpo de Bombeiros é o,193.