Depois de 33 anos do maior acidente radiológico do mundo, Benvina Alves, 70, foi indenizada em R$ 20 mil após desenvolver depressão grave e câncer de pele, doenças causadas pelo contato com a farda que o marido usava quando atuou no caso do Césio-137.
O bombeiro aposentado Osvaldino Fidêncio, marido de Benvina, atuou na contenção do acidente, e assim como outros militares, ele não sabia da gravidade. Na época, ao voltar para casa com a farda e a entregar para ser lavada pela esposa, Benvina Alves, fazendo com que ela tivesse contato direto com resquícios radioativos.
Benvina desenvolveu câncer de pele e, após sessões de radioterapia em 2014, teve que retirar o tecido canceroso. Além disso, também desenvolveu um quadro de depressão que se agravou a ponto de invalidá-la para trabalhar, de acordo com o laudo psiquiátrico.
De acordo com o juiz, houve nexo de causalidade entre a enfermidade psíquica da idosa (depressão) e o acidente radioativo em Goiânia. “A conclusão foi taxativa ao afirmar que há nexo de causalidade da enfermidade psíquica com o acidente do Césio-137”.
O juiz também considerou o resultado de perícia realizada pela Junta Médica Oficial do Centro de Assistência dos Radioacidentados (Cara), ao determinar a indenização de R$ 20 mil.