Em sessão realizada na última quarta-feira (16), a 4ª Vara de Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia condenou Renato Carvalho Lima a 19 anos e 8 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelo homicídio de Antônyo Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, de quem era padrasto.
No julgamento, os jurados acataram as qualificadoras de motivo torpe, de crime cometido com crueldade (por asfixia) e com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele também foi condenado por ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime de sequestro.
O promotor de Justiça Cláudio Braga Lima sustentou a acusação na sessão do Tribunal do Júri, que foi presidida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira. A denúncia foi oferecida em junho de 2017 pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da 67ª Promotoria de Justiça de Goiânia, por meio do trabalho do promotor de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta.
Na sessão do Tribunal do Júri, a defesa sustentou a tese da semi-imputabilidade do réu, com o objetivo de diminuir a pena, o que não foi acatado pelos jurados.
O Crime
O crime, que teve grande repercussão e provocou comoção social, ocorreu no dia 19 de maio de 2017, no Residencial Nunes de Morais, em Goiânia. Renato Carvalho Lima mantinha um relacionamento amoroso com a mãe da criança, Jeannie da Silva – a mulher chegou a ser e denunciada, mas acabou sendo impronunciada (a Justiça entendeu que não havia provas da participação dela no crime). No início de 2017, o casal passou a morar junto na casa da mulher, na Vila Luciana.
No dia do crime, conforme a denúncia, Antônyo Jorge Ferreira da Silva estava sozinho em casa. Renato pegou a criança e a levou para a casa da mãe, onde também funcionava uma retífica de motores de veículos. No local, o padrasto amarrou as mãos e os pés do garoto, simulando uma brincadeira, até que ele não conseguiu se liberar mais dos nós. Em seguida, ele aplicou um golpe do tipo mata-leão, fazendo com que a vítima perdesse os sentidos.
Renato achou que Antônyo Jorge Ferreira da Silva havia morrido. Quando a criança voltou a respirar e a chorar, o padrasto repetiu o movimento, desta vez mais forte. Com a ajuda de um cinto, ele estrangulou o menino e, em seguida, pisou nas suas costas e, com um golpe de cinto, terminou o estrangulamento, puxando o pescoço da criança para trás.
Ocultação
Após o homicídio, Renato ocultou o cadáver da vítima, depositando-o dentro de uma caixa de papelão em um dos cômodos da retífica de motores. Na manhã seguinte ao crime, antes da chegada dos funcionários, ele retirou a caixa com o corpo, jogando-a em um lote baldio, ao lado de uma mata, no Residencial Nunes de Morais.
Dois dias depois do crime, em 21 de maio, Renato foi acompanhado da mãe da criança na Central de Flagrantes e Pronto Atendimento ao Cidadão, para registrar o boletim de ocorrência comunicando o crime de extorsão mediante sequestro.
Com informações do Ministério Público de Goiás.