O setor da construção civil em Goiás comemora um marco significativo: em setembro de 2024, mais de 105 mil trabalhadores estavam com carteira assinada no estado, segundo dados do CAGED. No Brasil, o número de trabalhadores formais na construção deverá atingir, nos próximos meses, o recorde de 3 milhões, um crescimento específico desde o pico de 2014. No entanto, embora esses números sejam expressivos, ainda estamos longe de atender à demanda gerada pela quantidade de obras em andamento, refletindo um cenário desafiador para o setor.
Capacitação: Ação do Sinduscon-GO e Parceiros
Diante dessa realidade, o Sinduscon-GO, em parceria com o SENAI, CIC e FIEG, tem atuado para suprir a falta de qualificação. Foram disponibilizadas pelo SENAI 500 vagas gratuitas de qualificação para as empresas associadas, abrangendo curso como: Montador de Drywall; Instalador Hidráulico; Eletricista Predial; Aplicador de Revestimento Cerâmico e Pedreiro de Alvenaria.
Esses cursos foram realizados diretamente nos canteiros de obras, em parceria com as empresas associadas, para facilitar a logística e o acesso dos trabalhadores à capacitação. Essa medida, além de ser uma ação importante, reforça o compromisso do setor com a qualificação.
Além disso, foi assinada recentemente um convênio entre a FIEG e o Governo do Estado de Goiás, por meio do Goiás Social, que prevê 2 mil vagas de qualificação. Desses, 1.000 serão externos para cursos presenciais na área da construção civil, e 1.000 serão oferecidos na modalidade EaD em diversas áreas. Essas ações são fundamentais para promover a qualificação e o crescimento da economia do Estado.
Outro dado importante que nos chamou a atenção este ano foi a participação significativa de jovens entre 18 e 29 anos nas novas vagas criadas. No primeiro semestre de 2024, 45% das novas oportunidades de trabalho foram conquistadas por essa faixa etária, o que demonstra o potencial de ascensão profissional no setor. A construção civil está se consolidando como uma área promissora, oferecendo boa empregabilidade, renda acima da média nacional e possibilidades de rápida ascensão profissional. O salário médio de admissão no setor foi de R$ 2.315,49 em agosto de 2024, colocando a construção civil como o terceiro setor com maior salário de admissão no país.
Desafios do Setor e Perspectivas Futuras
Apesar do crescimento da empregabilidade, a construção civil ainda enfrenta desafios, como a falta de mão de obra comprometida. Segundo a opinião dos empresários, este é o segundo maior problema do setor, só perdendo para as preocupações com a elevada carga tributária e a reforma tributária em trânsito no Congresso. A falta de mão de obra comprometida não é um desafio exclusivo dos canteiros de obras, mas atinge toda a indústria e outros setores da economia. Estamos próximos do pleno emprego no Brasil, com a taxa de desemprego caindo para 6,2% no trimestre encerrado em outubro de 2024, segundo o IBGE. É essencial, portanto, combater a informalidade.
Uma das soluções para o déficit de trabalhadores é a industrialização do setor. A construção civil, no curto e médio prazo, deve adotar novas soluções industriais, simplificar etapas construtivas, investir em logística e incorporar novas tecnologias. Essas estratégias serão essenciais para promover ganhos em eficiência, sustentabilidade e competitividade.
A construção civil em Goiás e no Brasil está em um momento crucial. Embora números célebres positivos em termos de empregos formais, o setor precisa de estratégias contínuas de qualificação e inovação para superar desafios. Ao investir em qualificação, promovemos não apenas a geração de empregos, mas também o aumento da produtividade e da qualidade das obras entregues. O Sinduscon seguirá atuando para construir um setor mais forte, eficiente e preparado para os desafios do futuro.
Hidebrair Henrique de Freitas
Presidente do Sinduscon-GO